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SIGMUND FREUD – FRASES E PENSAMENTOS


Sigismund Schlomo Freud, mais conhecido por 
Sigmund Freud (06 /05/1856 - 23/09/1939), nasceu em Freiberg, na Áustria. 
Foi neurologista e fundador da Psicanálise.

“Nós poderíamos ser muito melhores 
se não quiséssemos ser tão bons”.
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“Podemos nos defender de um ataque, 
mas somos indefesos a um elogio”.
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“Não somos apenas o que pensamos ser. 
Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos e  os impulsos a que cedemos sem querer".
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“De mentira em mentira,  
vai-se descobrindo toda a verdade”.
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 “Em última análise, precisamos amar para não adoecer. Quem não ama, adoece!"
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“Aonde quer que eu vá,
eu descubro que um poeta
esteve lá antes de mim.”
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“Como fica forte uma pessoa 
quando está segura de ser amada!”
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COMO DEFINIR A AMIZADE - Flávio Gikovate

 A amizade corresponde a um elo sentimental forte e que surge entre duas pessoas, ao que parece, em função de alguns dos ingredientes que nem sempre estão presentes no processo do encantamento sentimental. A simpatia costuma acontecer mais ou menos rapidamente, um achando graça no modo de ser, de falar, de rir e de pensar do outro e isso é parecido com o que acontece no amor.

As afinidades intelectuais surgem mais ou menos rapidamente à medida que o relacionamento se aprofunda e é a principal causa dessa intimidade crescente que caracteriza esse que talvez seja o encontro sentimental mais maduro e mais distante dos elos sentimentais infantis. Pena não estar presente na maioria das relações ditas amorosas.

Aqui predomina o respeito pelas diferenças e o modo de ser de cada um determina um rápido processo de confiança recíproca; a intimidade mais delicada costuma ser compartilhada sem medo que o amigo venha a fazer um uso inadequado da confidência. Trata-se de um tipo de relacionamento desprovido de “jogo”: amigos não buscam obter vantagens indevidas nesse tipo de relacionamento.

As relações de amizade incluem alguma dose de ciúme e muito pouca inveja, posto que costumam acontecer entre pessoas que estão em condições socioculturais semelhantes. Quando existe algum indício de inveja, ela é vivida intimamente, evitando ao máximo magoar aquele que está feliz por alguma conquista especial.

O ciúme existe, mas é discreto, de modo que melhores amigos têm outros amigos também íntimos e isso não os maltrata e nem impede que a amizade e a confiança persistam. Entre os que se amam da forma usual, o ciúme costuma se manifestar de uma forma opressiva, dando mesmo o direito dos amantes de exigir o afastamento de todas as pessoas que possam provocar essa sensação desagradável.

A propósito, uma das principais características desse tipo de relação é que a existência do vínculo e do sentimento que o caracteriza não atribui aos amigos direitos de um sobre o outro. Amigos não “cobram” como cobram os que se amam. Amigos se respeitam e não exigem comportamentos que firam a liberdade e o modo de ser do outro. Amigos muitas vezes se afastam por tempo longo e o curioso é que quando se reencontram parece que estiveram juntos na véspera!

A intimidade se refaz imediatamente e não existem questionamentos que indiquem que um deve satisfações ao outro do que andou fazendo e com quem esteve. Amigos respeitam os relacionamentos amorosos que surgem em paralelo e não costumam competir com aqueles que são objeto do amor. O ciúme, quando existe, é maior de outros amigos do que do parceiro amoroso.

É como se houvesse um genuíno respeito hierárquico, através do qual todos estão de acordo que as relações amorosas são mais importantes que as amizades, de modo que não há competição entre esses dois tipos de sentimentos. O fato curioso é que muitos relacionamentos amorosos incluem intimidades bem menores do que aquela que continua a existir entre amigos. É como se, apesar de tudo, as pessoas confiassem mais em seus amigos do que em seus amados; é como se um amigo tivesse menos chance de trair ou usar mal a confidência que o amado.

Amigos, de fato, não se traem. Muitas dessas relações se enfraquecem com os anos por força de caminhos divergentes tomados por cada um ou em decorrência de relacionamentos afetivos em que os novos parceiros não se dão tão bem com os velhos amigos do amado (ou com suas parceiras); quanto mais gente estiver envolvida, maior será a dificuldade no sentido de todos serem igualmente amigos.

Quando algum amigo trai nossa confiança é porque nos equivocamos e, sem nos apercebermos, confiamos em algum impostor que, bom ator, se fez passar por “amigo” quando não o era desde o início.

Não espanta, pois, que uma das tarefas às quais tenho me dedicado com mais vigor seja a de contribuir para que as escolhas sentimentais sigam os passos das amizades que, do meu ponto de vista, são o tipo de relacionamento mais bem sucedido.

Quando as pessoas se tornam mais maduras e mais independentes elas conseguem ver em seus parceiros amorosos seus melhores amigos. Isso porque os amantes foram escolhidos segundo os mesmos critérios que costumamos usar para estabelecer elos de amizade: a busca de afinidades de caráter, gostos, interesses e, é claro, aquela simpatia pelo jeito de ser um do outro que é tão encantadora e tão difícil de ser definida.

No amor ainda entra o ingrediente erótico, como regra ausente nas boas escolhas sentimentais. É preciso cuidado, pois o sexo não raramente prejudica as boas escolhas: nem sempre os mais atraentes possuem os ingredientes essenciais para uma ótima amizade.

ROMANTISMO IMAGINÁRIO - Flávio Gikovate

Sou acusado de subtrair o encantamento do amor desde 1976. Na época, achava, como todo mundo, que ninguém podia ser feliz sozinho e que, portanto, o essencial era acertar na escolha do parceiro. 

Como essa opção decorre de um ato racional, fui acusado de tentar impor rigor científico a algo que deveria acontecer por meios mágicos, pelas flechadas estabanadas do Cupido.

Sou médico e não poeta, portanto meu dever é dissecar os temas que estudo. Analisar os sentimentos não significa menosprezá-los. A maioria dos que se ressentem do fim do romantismo só o experimentou na fantasia.

Poucos viveram um amor pleno, derivado do encontro de sua metade, ou compartilharam com ela o mesmo teto. Quantos conseguiram construir juntos uma família sadia e se manter cúmplices, amigos, amantes, tudo ao mesmo tempo? 

E quantos sonharam com essa sintonia enquanto amargavam no dia a dia os dissabores do convívio com alguém que não os completava?

Parece que, menos do que a paixão romântica, o que essas pessoas temem perder são os sentimentos conflitantes que as envolvem. Lamentam o fim das dores de estômago, da sensação de vazio, das lembranças que a trilha sonora dos encontros evocam. Choram o fim de algo que trouxe mais sofrimento do que prazer e alegria.

O que tenho testemunhado em mais de trinta anos de carreira me faz acreditar que caminhamos para uma época de ouro. O conceito das metades começa a dar espaço a uma concepção mais madura: a de que somos unidades. 

Esse avanço deve ser encarado com alegria, pois nos leva para mais perto da verdade. E, quanto mais próximos da realidade, maiores as chances de encontrar a felicidade. Ainda que o sentimento de que somos fração nos domine, devemos nos esforçar para nos transformar em unidades.

A independência, a descoberta de como é prazeroso passar um tempo sozinhos e outros tipos de vivência nos ajudam a compreender nossa individualidade, a aceitar de bom grado nossa condição de unidades.

Isso é ótimo, pois abre caminho para novos paradigmas amorosos: em vez de metades que se unem, indivíduos únicos que se aproximam.

Os novos relacionamentos serão baseados no respeito, na admiração, na confiança mútua, no encantamento sexual e no fascínio de cada um pelo jeito de ser do outro.

Muitos elementos racionais estarão envolvidos nesses encontros – será que, de forma camuflada, não foi sempre assim? Nem por um minuto, porém, é possível imaginar que eles sobrevivam sem a ternura, sem os momentos mágicos da sensação de plena harmonia que sempre caracterizaram os sonhos românticos.

Pelo contrário, acredito que seremos finalmente capazes de vivenciar aquilo com que, até hoje, só fomos capazes de sonhar.

A introdução explícita da razão nos processos de escolha amorosa não é um fator negativo nem diminui as chances de o casal viver todas as emoções relacionadas ao amor. 

Aliás, não creio que exista antagonismo entre emoção e razão. Não entendo por que as pessoas insistem em pensar dessa forma.

Talvez seja o meio que encontraram de passar um verniz de dignidade nos próprios desacertos: se me encanto com quem não afino e com quem só consigo viver às turras, deve ser porque o amor é mesmo irracional.

Elaborar um consolo para seus erros tem nome. E isso, sim, é racionalizar.
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MALDADE - Flávio Gikovate

Talvez uma boa definição de maldade seja a prática de um ato em que outra pessoa é prejudicada de forma consciente. Ou seja, aquele que pratica a maldade sabe das consequências danosas do seu ato, sabe que se trata do uma ação indevida e a pratica assim mesmo. A maldade se distingue das reações agressivas a que todos nós estamos sujeitos tanto no papel ativo como passivo: quando alguém é agredido existe uma tendência natural para reagir a ela de uma forma ou de outra. A ação agressiva pode ou não ser intencional e não é raro que a reação venha a corresponder a um ato maldoso; porém, houve uma agressão que a antecedeu.

Um exemplo peculiar de reação agressiva é a inveja, não raramente maldosa: uma pessoa se compara com outra, sente-se por baixo e isso provoca uma sensação de humilhação que é vivenciada como agressão; reage a essa suposta agressão de forma sutil e desleal, tentando rebaixar ou diminuir aquele que despertou a inveja. Esse tipo de maldade pode vir a ser praticada por qualquer um de nós.

Na grande maioria dos casos de maldade, o ato é motivado pelo desejo da pessoa de obter algum benefício que não lhe é devido. Assim, uma pessoa egoísta fará o que for necessário para alcançar seus objetivos materiais, intelectuais ou sentimentais sem se preocupar com os danos que porventura venha a causar nos interlocutores. Estará agindo em defesa dos seus interesses, desprovida de sentimento de culpa e de uma forma nada empática. Não irá se incomodar com a dor provocada. Porém, não é essa sua primeira intenção; a real motivação é a de se apropriar daquele dado benefício; o dano ao outro é um desdobramento do objetivo inicial e não é fonte de satisfação e nem de dor.

Em alguns casos, o ato agressivo está claramente associado ao erotismo. Há décadas venho afirmando que o sexo, especialmente nos homens, tem importantes conexões com a agressividade, de modo que isso explica comportamentos sádicos, consentidos ou não, assim como os mais dramáticos atos eróticos relacionados com o estupro, exibicionismo, pedofilia… A associação entre sexo e agressividade pode explicar alguns comportamentos machistas, assim como algumas formas de maldade feminina – ser muito provocante para seu parceiro e, mais ou menos regularmente, rejeitar sua abordagem! A maldade nem sempre envolve violência ou apropriação indevida de objetos ou cargos. Por vezes pode se exercer de forma sutil, provocando dor psíquica, como é o caso do ato de humilhar deliberadamente outra pessoa.

Nas crianças que batem nas mais fracas ou que praticam o bullying, tenho a impressão de que o que está em jogo é a autoafirmação: a criança se avalia como mais forte ao rebaixar física ou moralmente alguma outra. Não é fácil explicar os atos violentos contra alguns animais domésticos que são objeto de maus tratos por parte de algumas poucas crianças. Alguns acham que isso indicaria a existência de algum tipo de predisposição biológica para a prática de ações agressivas e maldosas.

Não estou convencido de que essa seja uma boa explicação. Sim, porque se houver uma predisposição para a maldade, aquele que a pratica não pode ser responsabilizado; estará “apenas” exercendo sua natureza (segundo o dicionário de filosofia de Comte-Sponville)! Talvez seja mais uma manifestação do tipo da autoafirmação, especialmente se estiver sendo exercida diante de outras crianças. Seria também uma exibição de coragem, de “sangue frio”, de ser mais competente para o exercício da violência.
É mais ou menos nessa linha que acredito que se possa explicar certas condutas que parecem exclusivamente maldosas, desprovidas de benefício para quem a pratica, próprias dos psicopatas. 

Sendo pessoas destemidas, muitos gostam de se exibir como mais ousados para executar qualquer ato violento. Isso pode parecer gratuito, mas está a serviço da vaidade, de se sentir superior aos outros membros do grupo a que pertence.

A vaidade consiste no prazer (erótico) relacionado ao ato de se destacar; e num grupo de marginais, talvez o destaque ganhe essa forma, qual seja, a de ser capaz de maldades mais ostensivas e desnecessárias.

Além da vaidade de ser um membro destemido do grupo, o que costuma determinar um posto de liderança perante aqueles que sejam portadores de algum medo, o ato violento aparentemente gratuito também costuma estar a serviço de intimidar os membros do grupo, reforçando e definindo de modo claro e definitivo o papel de liderança daquele que é totalmente destemido e, claro, desprovido de qualquer tipo de culpa ou empatia.

Aliás, esse gosto pela maldade pode ser chamado de “empatia negativa”: o prazer de se afirmar praticando o mal.

SONO, OBESIDADE E DIABETES - Drauzio Varella

Inquéritos epidemiológicos avaliaram os efeitos deletérios que a privação crônica de sono exerce.

Vivemos numa cultura que tem orgulho de dormir pouco. Pessoas que dormem nove horas por dia são consideradas preguiçosas, enquanto admiramos as que em cinco ou seis já pularam da cama.

Nos 5 milhões de anos que nos precederam, nossa espécie viveu num mundo sem luz elétrica, em que a rotina de sono e vigília era organizada em conformidade com a alternância dos dias e das noites.

A claridade que chegava às células fotossensíveis da retina ao raiar do sol estimulava as áreas cerebrais responsáveis pelo controle da divisão celular, da produção dos hormônios e das proteínas envolvidas nas reações metabólicas necessárias para enfrentar a luta diária.

Ao contrário, a chegada da noite alterava o metabolismo de forma a sintetizar novas proteínas e hormônios, neurotransmissores, melatonina e outros mediadores para nos tornar mais contemplativos, com a musculatura mais relaxada e predispostos a achar um canto na caverna para entrarmos em modo de hibernação.

Na evolução, em respeito a essa ordem natural, o conjunto das reações bioquímicas responsáveis pelo metabolismo dos animais -e também das plantas, fungos e bactérias- organizou-se em ciclos diários com duração aproximada de 24 horas, característica que na década de 1950 recebeu o nome de ritmo circadiano (do latim: "circa diem", cerca de um dia).

Embora os ciclos circadianos sejam controlados por mecanismos endógenos autoajustáveis, independentes da consciência, fatores externos podem interferir na sua duração. Entre eles, o mais importante é a luz do sol ou de fontes artificiais, especialmente as que emitem a banda azul do espectro luminoso.

Seres humanos mantidos em penumbra silenciosa durante 28 horas não resistem em vigília. A interferência com a duração dos dias e das noites que subverte a alternância da exposição à claridade e à escuridão é a causa do fenômeno conhecido como jet lag.

Inquéritos epidemiológicos realizados nos últimos 20 anos avaliaram os efeitos deletérios que a privação crônica de sono exerce sobre a saúde humana. Alguns deles levantaram a suspeita de que dormir pouco encurtaria a longevidade.

Em 2010, um estudo realizado no Women's Hospital, em Boston, revelou que homens jovens mantidos em regime de privação de sono por apenas uma semana desenvolvem resistência à insulina, condição que leva ao aumento da concentração de glicose no sangue, característica do diabetes. Os autores desse estudo acabam de atualizá-lo em uma publicação na revista "Science Translational Medicine".

Durante seis semanas, mantiveram 21 participantes numa das suítes que o hospital transformou em laboratório de estudo do sono. Todos foram mantidos num regime que lhes permitia dormir apenas cinco, seis horas, a cada período de 24.

O horário de ir para cama mudava todos os dias. Para interferir com o ritmo circadiano, os quartos não tinham janelas, e os ciclos de luz e escuro foram programados para durar 28 horas, em vez das 24 habituais.

Com o objetivo de prevenir que o ritmo circadiano se reajustasse por conta própria, a iluminação era mantida em níveis equivalentes ao do entardecer. Não foi permitido acesso a TV, rádio ou internet.

Amostras de sangue colhidas em jejum acusaram concentrações mais baixas de insulina, associadas ao aumento das taxas de glicose, em todos os participantes. Em três deles, a glicemia atingiu a faixa que vai de cem a 120, rotulada de pré-diabetes.

A energia gasta em repouso (que quantifica quantas calorias consome o corpo parado) caiu em média 8%. Se esse nível de consumo energético mais econômico fosse mantido por um ano, causaria um aumento do peso corpóreo de quase seis quilos.

Depois de um período de dez dias de recuperação, em que os participantes permaneceram no laboratório, porém mantidos em ciclos de claro e escuro com duração de 24 horas, mas dormindo dez horas durante a noite, a secreção de insulina e os níveis de açúcar na circulação voltaram aos valores normais.

Para aqueles que o trabalho obriga a passar meses ou anos em ciclos de dia e noite irregulares, essas alterações seriam igualmente reversíveis?

Você consegue, leitor, dormir e acordar todos os dias na mesma hora? 
Eu, não.

ANTON TCHEKHOV - A OBRA DE ARTE

Carregando sob o braço um objeto embrulhado no número 223 do Mensageiro da Bolsa, Sacha Smirnoff, filhinho de mamãe, assumiu uma expressão de tristeza e entrou no consultório do doutor Kochelkoff.
Ah! meu grande jovem! — exclamou o médico. — Como vamos? O que há de novo?
Fechando as pálpebras, Sacha pôs a mão no coração e, comovido, falou:
Mamãe lhe manda seus cumprimentos, Ivan Nicolaìevitch, e me encarregou de lhe agradecer... Mamãe só tem a mim no mundo, e o senhor me salvou a vida... curando-me de grave enfermidade e... não sabemos como lhe agradecer.
Ora! O que é isso, meu jovem! — atalhou o médico, realizado. — Não fiz mais do que qualquer um no meu lugar teria feito...
Depois de observar o presente, o médico coçou lentamente a orelha, bufou e suspirou, confuso.
Sim — murmurou —, é algo realmente magnífico... como diria?... um tanto ou quanto ousado... Não é apenas decotada; é... sei lá, que diabos!
Mas... por que diz isso?
Nem a serpente em pessoa poderia inventar alguma coisa de mais indecente. Se eu colocasse esta fantasiazinha na mesa, iria contaminar a casa toda.
Que modo mais excêntrico tem o senhor de interpretar a arte! — disse Sacha, ofendido. — É um objeto artístico!... Olhe! Que beleza! Que elegância! É de se ficar com a alma inundada de piedade, e com lágrimas a subir aos olhos! Contemplando-se tamanha beleza, nos esquecemos de tudo o que seja da Terra... Veja bem... Que movimentos! Que harmonia! Que expressão!...
Compreendo muito bem tudo isso, meu caro — interrompeu o médico —, mas acontece que eu sou pai de família. Meus filhos costumam vir aqui. Recebo senhoras...
É evidente — disse Sacha — que se a gente adotar o ponto de vista do povo, este objeto, altamente artístico, causará uma impressão diferente... Sou o filho único de mamãe... somos pobres, e por isso não podemos lhe recompensar os seus cuidados; e não sabemos o que fazer; embora, apesar de tudo, mamãe e eu... seu filho único... lhe suplicamos de todo o coração que aceite, como penhor de gratidão... esta ninharia que... É um bronze antigo... uma obra rara... de arte.
Mas não havia necessidade — disse o médico, franzindo as sobrancelhas. — Por que razão?
Não, eu imploro ao senhor, não recuse! — continuou a murmurar Sacha, desembrulhando de todo o pacote. — Seria uma ofensa, a mamãe e a mim... Trata-se um objeto belíssimo... em bronze antigo. Foi herança de papai, guardada como uma querida lembrança.. Papai comprava bronzes antigos e revendia-os aos colecionadores... Já mamãe e eu não nos ocupamos disso...

Sacha acabou de desembrulhar o objeto e colocou-o solenemente em cima mesa. Era um pequeno candelabro de bronze antigo, de fina feitura. Representava duas figuras femininas em trajes de Eva e em atitudes que não ousaria — nem tenho temperamento para isso — descrever.
As figuras sorriam ostensivamente, dando a impressão de que, não fossem retidas pela obrigação de suster o castiçal, teriam imediatamente fugido do pedestal dançado tal cancã que, amigo leitor, nem é bom imaginar.
O doutor, claro, está acima destas coisas todas e portanto sua recusa nos daria, a mamãe e a mim, uma enorme frustração. Sou o filho único de mamãe; o senhor me salvou a vida... Damos-lhe de presente o que de mais precioso possuímos, e... só tenho a tristeza de não nos pertencer o par do candelabro!
Muito agradecido, meu jovem amigo. Fico-lhe muito grato... Minhas recomendações à sua mãe, mas rogo-lhe, o senhor mesmo considere a questão! Meus garotos costumam vir aqui... Aparecem muitas senhoras... Mas deixo-o aqui, já que me parece impossível convencê-lo!
Ora, não há de que me convencer! — disse Sacha com habilidade. – Coloque o candelabro do lado desta jarra. Que infelicidade não possuir o par!... Bem, vou indo, adeus, doutor.

Depois da saída de Sacha, o doutor observou bastante o candelabro, coço orelha e concluiu:
Não se pode negar que é magnífico. É uma pena abrir mão dele. Ao mesmo tempo é impossível deixá-lo aqui... Hum... Está criado o problema... Poderia dá-lo de presente a quem?” ·
Depois desta reflexão, lembrou-se do advogado Ukhoff, seu amigo íntimo, que gostaria de ter o objeto.
"Às mil maravilhas!", decidiu. "Ukof Ukhoff não aceita receber dinheiro de mim , mas ficará contente com esta lembrança... E assim me livrarei deste incômodo. Além do mais, ele é solteiro e maroto...” ·
Rápido, o médico se vestiu, pegou o candelabro e foi até a casa do advogado.
Bom dia, amigo — disse, ao encontrar Ukhoff em sua morada... — Venho lhe trazer uma recompensa pela amolação... Já que não quer aceitar dinheiro meu, aceitará um pequeno presente... Ei-lo, meu amigo! É um objeto magnífico!

Ao ver o candelabro, o advogado viu-se tomado de inefável encantamento.
Isso sim é que é obra de arte — disse, rindo às gargalhadas. — Que o diabo carregue os meliantes capazes de sequer imaginar alguma coisa de parecido... É maravilhoso! Onde foi que você encontrou tal preciosidade?
Assim que o entusiasmo se esgotou, o advogado lançou temerosos olhares para o lado da porta e disse:
No entanto, meu velho amigo, é melhor levar de volta o seu presente. Não posso aceitá-lo...
Por quê? — quis saber, espantado, o médico.
Porque... Mamãe vem aqui, meus clientes... e além do mais é constrangedor em relação aos criados...
Ora, essa é boa!... Você não terá a ousadia de recusá-lo. (E o médico agitou as mãos.) Eu ficaria ofendido!... Trata-se de um objeto de arte... Que movimentos! Que expressão!... Não quero ouvir seus argumentos! Você me deixaria melindrado!
Se pelo menos tivesse alguma sutileza, ou se estivesse coberta...

O médico, porém, ainda a agitar as mãos e contente por conseguir se desfazer do presente, voltou para o seu consultório.
Sozinho em casa, o advogado pôs-se a examinar o candelabro, apalpou-lhe todas as partes e, da mesma forma que o médico, viu-se tentado a refletir sobre o que deveria fazer com ele.
É um objeto belíssimo", pensou. "Seria uma pena se desfazer dele; ao mesmo tempo, é inconveniente tê-lo em casa... Melhor seria oferecê-lo a alguém... Já sei, vou levá-lo hoje à noite ao cômico Chachkine. O sacana adora as coisas desse gênero, e hoje é justamente o dia de sua estréia..."
Foi o que fez, tão rápido quanto pensou. À noite o candelabro, lindamente embrulhado, era oferecido ao cômico Chachkine.
A noite toda o camarim do artista foi invadido pelos homens que queriam admirar o presente; a noite toda foi de murmúrios de aprovação e de risadas que mais pareciam relinchos... Quando uma artista se aproximava do camarim e perguntava: "Pode-se entrar?", logo a voz rouca do cômico retumbava:
Não, não, cara amiga! Estou sem roupa!

Terminado o espetáculo, Chachkine dizia, dando de ombros e abrindo os braços:
Onde vou colocar tamanha indecência? Moro em casa de família e recebo muitos artistas! E isso não é como fotografia, que a gente pode esconder dentro da gaveta..
Ora, por que não o vende, senhor? — aconselhou o cabeleireiro, que o ajudava a trocar de roupa. — Tem uma velha aqui no bairro que compra bronze antigo. Vá lá e pergunte pela senhora Smirnoff... Todo mundo a conhece.
O cômico resolveu seguir o conselho...

Dois dias depois, o doutor Kochelkoff meditava sobre os ácidos biliosos, de dedo na testa. Subitamente a porta se abriu e Sacha Smirnoff jogou-se a seu encontro. Sorria exultante, e todo o seu ser transpirava felicidade... Trazia alguma coisa embrulhada em jornal.
Doutor — disse, ofegante —, imagine só nossa alegria!... Para nossa felicidade, encontramos o par do seu candelabro!... Mamãe está se sentindo tão feliz!... E o senhor me salvou a vida...
E então, tremendo de gratidão, Sacha colocou o candelabro diante dos olhos de Ivan Nicolaievitch. 0 médico quis dizer alguma coisa mas não conseguiu. Perdera o uso da palavra.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
Livros de Edmir Saint-Clair

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